- Dissolúvel -


Não sou dessas que aceita ser lanchinho de final de noite 
ou que topa ser escolhida de vez em quando 
para satisfazer alguns desejos sexuais. 
Eu também tenho os meus, sou humana, sou mulher, 
mas acima de tudo tenho um músculo involuntário 
que bate dentro de mim me avisando o que
eu devo ser para cada um.
Não sou diversão para noites sem graças,
e não vou fazer parte da coleção de ninguém.
Eu me apaixono, mas também sei cair fora com maestria.
Mas se por um acaso, um dia eu aceitar ser a sua diversão, 
provavelmente você me pegou em um dia chato,
e nesse dia, eu que estarei disposta à me divertir com você.
;)
- Desconheço a Autoria -

- E eu nem te amo mesmo -



É estranho como sinto saudades ....vc aparece e some do nada...
Você surge cheio de pressa em se livrar de mim 
e eu penso que tudo bem. 

Você tem pressa até de se livrar de você mesmo. 
O problema não deve ser eu. E eu nem te amo mesmo.
Sugo o máximo de você, pra ter a certeza absoluta 
de que não é você. 
Não sonhei com você. 

Não quero passar minha vida ao lado da pessoa 
mais estranha do mundo. 
Imagina só ficar velha ao lado de um homem 
que tem pavor da vida óbvia, 
cotidiana e imperfeita? Eu viveria infeliz.
Não é você. E lá vem você me perguntar 
porque é que estão todos casando, 

e falar pela trigésima vez que você vai acabar sozinho 
e não deve nada a ninguém. 
E lá vem você me olhar apaixonado e, no segundo seguinte, frio. 
E me falar para eu não sofrer e para eu ir embora 
e para eu não esperar nada 
e para eu não desistir de você. E eu me digo que não é você.
Porque, se fosse, meu sono seria paz e não vontade de morrer.
Me despeço, já sem aquela dor aterrorizante, 
das partes de você que mais amo. 

Ainda que eu nem te ame mesmo. 
E me despeço dos dias mais longos... 
Ainda que nada disso seja amor. E saio já sem chorar.
Preciso me aliviar. 
Mas dou até risada porque acabaram os caminhos. 

O mundo não suporta mais esse meu não amor por você. 
Meus amigos espalmam a mão na minha cara 
e já vão logo adiantando que 
se eu pronunciar seu nome, 
eles vão embora sem nem olhar para trás. 
Soluções só me deixam com um bocejo químico 
e a boca do estômago triste, 
mas não tiram você do meu coração. 
E escrever, que sempre foi a única coisa que adiantava 
para os dias passarem menos absurdos, 
já se tornou algo ridículo. Escrever sobre você de novo? De novo? 
Tenho até vergonha. Nem eu suporto mais gostar de você. 
E olha que nem gosto. 
E no meio da noite, quando eu decido que estou ótima 
afinal de contas tenho uma vida incrível 
e nem amava mesmo você, eu me lembro de umas coisas de mil anos 
e começo a amar você de um jeito que, infelizmente, 
não se parece em nada com pouco amor 
e não se parece em nada com algo prestes a acabar. 
Lembro de você, quando de te vi  pela primeira vez ...
eu disse para mim mesma...

sei que não vou me apaixonar...é acho que acertei...rs
E lembro da maneira como me envolveu em seus braços, 
fazendo cair por terra toda essa certeza...
E então, no meio da noite, enquanto eu penso tudo isso, 

eu pergunto ao mundo todo que não agüenta mais esse assunto. 
Ao mar,  aos cartazes de filmes, ao passarinho, à vizinha, 
aos carros, à qualquer um…
eu pergunto: por que é que vocês todos estão tão cinza? 
Por que é que vocês não me ajudam? 
Por que é que todos vocês não me dão a fórmula?
Mas já que eu não te amo mesmo...um dia descubro.
 

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