- Ainda é Você -



Moço, tenho mil e uma razões para desapegar, 
bater a porta e não ligar. 
E tenho só um motivo que me faz esquecer tudo isso 
e deixa-lo a vontade para hora do café: 
Eu me importo com você. 
Ainda existe carinho, ainda existe vontade adormecida 
de segurar sua mão e quem sabe me encontrar 
dentro de um abraço seu. 
Ainda existe verdades que assombram o tanto que 
deveria ter dito e por covardia não disse.
Eu quis fazer bonito para o amor próprio, 
para o juízo, para a razão. 
Silenciei um milhão de coisas, fiquei engasgada 
e me afastei dia após dia do desejo de ficar perto, 
de sentir o coração saltar pela boca na vontade 
que eu sempre tive de você aqui. 
Eu sei, talvez fosse carência, confusão do coração. 
Quem entende?! 


Mas a verdade é que...
 ainda é você! 


- A Paz do meu silêncio -




A gente passa muito tempo da vida, dando chances. 
Passa uma fase tentando responder e entender as pisadas de bola dos outros. 
Releva, reata, gargalha pra quebrar o gelo. 
Um dia pula isso tudo e vai logo pro sorrisinho sem graça, já sabendo o final.

Um dia a gente cansa... Eu já tive crises. 
Achei que era uma fase rancorosa, depois pensei ser amarga, 
voltei pro rancorosa, e cheguei a conclusão que aprendi a me poupar. 
Eu já mantive perto pra não quebrar protocolos. 
Já deixei de ir pra não causar transtornos. 
Já acreditei em promessas, e em “senta aqui, dessa vez vai!”. 
Já atendi telefonemas do passado, já deixei voltar quem pediu perdão. 
Chega uma fase em que preferimos o sossego de um café e um livro, 
a dividir a mesa cheia de remorso e mágoa. 
Hoje prefiro a paz do meu silêncio, prefiro não culpar, 
não cobrar, não lamentar o que não depende de mim ser mudado.

Quando a gente aprende a importância de se poupar de desgastes, 
a gente entende que ir embora não é sinal de ódio, que a distância traz liberdade. 
É do que a gente precisa pra continuar nosso processo de paz, 
pra continuar amando, pra não destruir o que sobrou, 
pra nos poupar de nós mesmos, pra não se acomodar em sofrer, 
pra não se culpar mais.

(Desconheço o autor)
 

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