Eu queria esclarecer um grande mal entendido:
a incansável busca das mulheres não é pelo cara perfeito. É pela reciprocidade.
E a grande batalha não é contra os homens ou contra as supostas adversárias.
É contra nós mesmas. Batalha bruta, guerra sangrenta
e com muitos corpos pelo chão.
O desânimo do "É sério? Não consigo querer ele nem um pouquinho?
É realmente sério que eu estou fazendo isso de novo?"
e o cansaço escapa em forma de suspiro.
Colocar um cara maravilhoso na Friendzone
dói mais na gente do que em vocês,
podem acreditar. É uma sensação de impotência
misturada com sadomasoquismo.
É sentir milhões de tapas na cara, vindos de mim mesma.
Por muitas vezes, eu fechei os olhos
e desejei com todas as minhas forças
que a minha pele reagisse.
Que o beijo se encaixasse e o olhar me tirasse o chão.
Eu fiz força pra querer, fiz força para gostar, fiz força e fiz força.
E quando abria os olhos era sempre a mesma coisa:
vontade de ir embora e uma culpa que
me embrulhava o estômago,
por violentar os sentimentos.
Assim como, por incontáveis vezes
também, eu lutei para sufocar
cada poro do meu corpo, que gritava,
pedia e implorava pelo corpo de gente
que já chegou na minha vida me explicando,
com uma maquete,
que era encrenca
e ia me fazer sofrer.
Eu sei lá, tem gente que entranha na gente.
E gente que o nosso corpo estranha.
Expulsa. Mas aí é questão de organismo,
você entende?
Ou você gosta ou não gosta.
Não interessa se faz bem para saúde,
cabelo, pele, evita câncer, deixa imortal.
Se você gosta, é maravilhoso e tempera tudo.
Eu, quando não gosto, tenho ânsia de vômito.
E, se enfiar garganta abaixo, eu boto para fora. Evito.
E friso: mais por eles do que por mim.
Ninguém merece ser vomitado assim.
- Marcella Fernanda -
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