Eu não sei que vontade é essa que dá às vezes na gente
de voltar para casa e ser de alguém.
Eu, que já assustei muito marmanjo com meu jeito
de não filtrar as palavras entre o pensamento e a fala,
apesar de me considerar uma mulher relativamente forte
e inquestionavelmente independente,
ainda não encontrei nada que substituísse essa vontade...
A verdade é que nós, seres humanos que não têm a menor vergonha
de admitir que se sentem carente às vezes,
fomos feitos para dividir a boca, a cama, o coração, os medos,
o sexo, o tesão e mais uma lista de coisas que a gente
só faz mesmo por completo quando estamos com alguém.
Quem nesse mundo disser que vive bem sem tudo isso - de duas, uma:
ou é assexuado ou mente para si mesmo.
O amor, a paixão, a ficada, o romance, o lance, a trepada, a amizade colorida,
ou sei lá mais o que de sinônimo que dão para
um encontro de dois,
é uma das coisas mais fundamentais da vida.
Ninguém é feliz sozinho.
Todo mundo quer se deparar com aquele que faz a gente suspirar.
Até mesmo o mais auto suficiente dos seres precisa (e quer)
sentir toda a besta desenfreada que é gostar de alguém.
Eu quero, Maria quer, João quer, quem já teve quer de novo,
quem nunca teve não vê a hora,
quem tem coragem quer mais que todos.
E eu sofro por ser parte desse grupo Maria-João-com-coragem.
Sofro porque, quando você sabe que mais da metade do mundo
tem um medo babaca de pensar assim,
você acaba passando muito tempo
apreciando a companhia de si mesmo.
- Larissa Bottas -
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